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31 de maio de 2012
Famílias estão menos exigentes para adoção de crianças, diz Justiça
O processo de adoção sempre foi permeado por exigências dos postulantes a pais. Fatores como idade, raça e estado de saúde ainda são requisitos para o acolhimento de uma criança, mas a cultura da adoção começa a apresentar os primeiros sinais de evolução. Se em 2006 apenas 18% das famílias não tinham qualquer restrição a raça, hoje 32% não fazem distinção entre adotar uma criança branca, parda ou negra. As crianças saudáveis ainda são as mais solicitadas, mas nos últimos três anos dobrou o número de inscritos que aceitavam crianças com problemas físicos recuperáveis. Os dados fazem parte do levantamento feito pelo Setor de Estudos Familiares da Vara Cívil da Infância e Juventude de Belo Horizonte.
Mesmo com avanço, adotar uma criança com a saúde mais comprometida ainda é uma exceção. Mas foi o que fez a família de Vera Cardoso de Almeida Santana, de 53 anos. Casada e mãe de um garoto, não estava nos planos da psicóloga fazer uma adoção. Até que um dia ela cruzou com Abílio em uma casa de caridade. Ele tinha apenas 2 anos e uma paralisia cerebral que causa um comprometimento severo. Quando perguntada sobre o que a levou a adotá-lo, se embola e não sabe explicar direito. “Quando vi o Abílio fui tomada por um amor, por uma urgência em tê-lo como meu filho, que não tenho uma explicação racional. Nesses quatro anos que ele está conosco, esse amor só cresce”, diz.
Na família, a chegada de Abílio se tornou um consenso com o passar do tempo. O filho mais velho, hoje com 18 anos, foi visitar a criança e também foi “fisgado”. “A gente deixou que o amor nascesse no coração de cada um. Primeiro meu filho foi conhecê-lo e ficou apaixonado. Meu marido teve uma nova paternidade constituída na convivência: ele é um pai melhor do que se fosse biológico, de tanto carinho e dedicação que tem por Abílio.” Na semana passada, depois de quatro anos, Vera recebeu a certidão de nascimento do filho mais novo. “Agora ele tem pai, mãe, irmão, avós, primos, tudo o que tem direito”, diz orgulhosa.
Preferências
A Vara da Infância e Juventude mapeou o perfil socioeconômico dos interessados em adotar uma criança, assim como as características pleiteadas por candidatos da capital entre 2006 e 2011. Das inscrições deferidas, 35% preferiam bebês de até 1 ano de idade. Mais da metade dos cadastrados não escolheu o sexo da criança, mas entre aqueles que optaram, a preferência foi por meninas.
Para a Silvana Melo Martins, assistente social do Tribunal de Justiça, o fato de mais famílias revelarem a adoção tem contribuído para uma opção menos preconceituosa no que se refere a raça. “Alguns casais, quando buscam a identificação da raça, querem manter o sigilo sobre a infertilidade. Têm a preocupação em não explicitar essa situação de forma pública. Mas o número de famílias que revelam ter um filho adotado tem crescido à medida que a mídia aborda o assunto. E os técnicos orientam que a revelação é um direito da criança”, analisa Silvana. Segundo a assistente social, esse fato também tem colaborado para que a faixa etária mais valorizada se estenda até os 3 anos.
Silvana destaca outro dado que demonstra maior disponibilidade dos candidatos a pais para crianças com problemas de saúde recuperáveis. “As pessoas começam a perceber que um filho biológico você aceita da forma como ele vem. Adotar não é fazer caridade, não é ajudar, não é ter alguém para cuidar de você na velhice. Contudo, um número muito pequeno de crianças com problemas são adotadas e permanecem em instituições de acolhimento.”
Fonte: Estado de Minas.
Mesmo com avanço, adotar uma criança com a saúde mais comprometida ainda é uma exceção. Mas foi o que fez a família de Vera Cardoso de Almeida Santana, de 53 anos. Casada e mãe de um garoto, não estava nos planos da psicóloga fazer uma adoção. Até que um dia ela cruzou com Abílio em uma casa de caridade. Ele tinha apenas 2 anos e uma paralisia cerebral que causa um comprometimento severo. Quando perguntada sobre o que a levou a adotá-lo, se embola e não sabe explicar direito. “Quando vi o Abílio fui tomada por um amor, por uma urgência em tê-lo como meu filho, que não tenho uma explicação racional. Nesses quatro anos que ele está conosco, esse amor só cresce”, diz.
Na família, a chegada de Abílio se tornou um consenso com o passar do tempo. O filho mais velho, hoje com 18 anos, foi visitar a criança e também foi “fisgado”. “A gente deixou que o amor nascesse no coração de cada um. Primeiro meu filho foi conhecê-lo e ficou apaixonado. Meu marido teve uma nova paternidade constituída na convivência: ele é um pai melhor do que se fosse biológico, de tanto carinho e dedicação que tem por Abílio.” Na semana passada, depois de quatro anos, Vera recebeu a certidão de nascimento do filho mais novo. “Agora ele tem pai, mãe, irmão, avós, primos, tudo o que tem direito”, diz orgulhosa.
Preferências
A Vara da Infância e Juventude mapeou o perfil socioeconômico dos interessados em adotar uma criança, assim como as características pleiteadas por candidatos da capital entre 2006 e 2011. Das inscrições deferidas, 35% preferiam bebês de até 1 ano de idade. Mais da metade dos cadastrados não escolheu o sexo da criança, mas entre aqueles que optaram, a preferência foi por meninas.
Para a Silvana Melo Martins, assistente social do Tribunal de Justiça, o fato de mais famílias revelarem a adoção tem contribuído para uma opção menos preconceituosa no que se refere a raça. “Alguns casais, quando buscam a identificação da raça, querem manter o sigilo sobre a infertilidade. Têm a preocupação em não explicitar essa situação de forma pública. Mas o número de famílias que revelam ter um filho adotado tem crescido à medida que a mídia aborda o assunto. E os técnicos orientam que a revelação é um direito da criança”, analisa Silvana. Segundo a assistente social, esse fato também tem colaborado para que a faixa etária mais valorizada se estenda até os 3 anos.
Silvana destaca outro dado que demonstra maior disponibilidade dos candidatos a pais para crianças com problemas de saúde recuperáveis. “As pessoas começam a perceber que um filho biológico você aceita da forma como ele vem. Adotar não é fazer caridade, não é ajudar, não é ter alguém para cuidar de você na velhice. Contudo, um número muito pequeno de crianças com problemas são adotadas e permanecem em instituições de acolhimento.”
Fonte: Estado de Minas.